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A origem do “atlas”.
Kainos - Edição #028
Por que um livro de mapas é chamado de atlas?
Fala, galera! Beleza?
Enquanto rolava pelo feed do Instagram essa semana, me deparei com um vídeo que falava sobre a origem da palavra “atlas” para descrever um livro de mapas. Achei a história fascinante e fui pesquisar mais para trazer essa curiosidade para vocês. Afinal, nada como um domingo à tarde para explorar a história por trás de algo que usamos no dia a dia e muitas vezes não questionamos, né?
Para início de conversa: todos aqui sabem o que é um atlas?
Por definição, um atlas é um conjunto de mapas ou cartas geográficas organizados sistematicamente. Além disso, o termo também se aplica a coleções de dados sobre determinados assuntos, funcionando como uma referência para quem busca informação organizada e acessível. É uma ferramenta que sustenta o conhecimento — e isso tem tudo a ver com a história por trás do nome.
Na mitologia grega, Atlas era um titã conhecido por sua força e resistência. Após perder a batalha contra os deuses do Olimpo, liderada por Zeus, Atlas foi condenado a carregar o céu em seus ombros por toda a eternidade. Essa imagem poderosa de carregar o peso do universo acabou sendo associada à ideia de suporte e sustentação. Não é por acaso que usamos o termo "atlas" para nomear não apenas livros de mapas, mas também estruturas de sustentação, como a vértebra atloide, que apoia a cabeça.
Mas como o nome Atlas passou a designar um livro de mapas?
O cartógrafo flamengo Gerardus Mercator, em 1595, publicou uma obra que chamou de “Atlas sive cosmographicae meditationes de fabrica mundi et fabricati figura”. Essa coleção de mapas detalhados estabeleceu um padrão para os livros de cartografia e popularizou o termo como sinônimo de coleção de mapas. O cartógrafo Abraham Ortelius já havia publicado o primeiro atlas moderno em 1570, mas foi Mercator quem deu ao formato o nome que usamos até hoje.
Curiosamente, Mercator não estava pensando no titã grego Atlas ao nomear sua obra. Em vez disso, ele se inspirou no lendário rei da Mauritânia, um matemático, filósofo e astrônomo que, segundo relatos, teria criado o primeiro globo terrestre. Por isso, no livro de Mercator, o Atlas retratado não carrega o mundo nos ombros, mas aparece projetando o globo.
Com o tempo, a figura do titã da mitologia grega segurando o mundo nos ombros se tornou uma associação visual comum nos livros de mapas, provavelmente devido ao simbolismo de “suportar o peso do conhecimento”.
Da mitologia grega às contribuições de Mercator, um simples livro de mapas carrega um significado muito maior do que imaginamos. A história por trás do termo "atlas" nos lembra de como cultura, ciência e história estão intrinsecamente ligadas.
Espero que essa curiosidade inspire vocês a olharem para as ferramentas que usamos diariamente com outros olhos.
Até a próxima edição da Kainos.
Vamos pra cima!
Henrique
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